Câmara de Alijó está a preparar um plano de intervenção
integrado de quatro milhões de euros para o Pinhão, um importante ponto
turístico do Douro que possui graves constrangimentos a nível de
infraestruturas básicas e trânsito. De barco, comboio ou carro, são muitos os
turistas que chegam todos os anos à vila do Pinhão, junto ao rio Douro, no
distrito de Vila Real.
A localidade, considerada um importante ponto turístico no
Douro Património Mundial da Humanidade, no pico do verão, entre julho e
setembro, fica caótica, com graves constrangimentos de trânsito, devido ao
elevado número de autocarros e também de viaturas de transportes das quintas
produtoras de vinho.
O presidente da Câmara de Alijó, José Paredes, adiantou que
o município está a ultimar um plano de intervenção integrado para o Pinhão, que
deverá estar concluído até ao final do ano e cujo investimento deverá rondar os
quatro milhões de euros.
"O problema do Pinhão é claramente ambiental",
afirmou o autarca, frisando que a vila possui também graves problemas a nível
de infraestruturas básicas, com uma rede de esgotos com cerca de 50 anos e um
sistema de águas pluviais que não consegue responder às necessidades.
"Sempre que há uma enxurrada verificam-se grandes problemas",
salientou.
A intervenção na localidade é considerada
"prioritária" para o atual executivo camarário e, José Paredes, o
objetivo é que a obra arranque em 2019, de forma faseada.
O projeto prevê a requalificação da principal avenida, a
António Manuel Saraiva, o alargamento da via, entrando em área privada da
REFER, a criação de mais lugares de estacionamento para veículos ligeiros e de
estacionamento temporário para autocarros, a substituição de todas as
infraestruturas, saneamento e rede de águas pluviais. Será ainda
intervencionada a área próxima ao rio, entre as pontes sobre os rios Douro e
Pinhão.
O investimento previsto é "incomportável" para os
cofres do município, que procura apoio junto do Ministério do Ambiente.
"Estou convencido de que será através do Fundo Ambiental que o poder
central poderá ajudar o Pinhão. Penso que é possível criar aqui um estatuto de
exceção para o Pinhão e conseguir que, de alguma forma, vários fundos
estruturais consigam concorrer para o mesmo objetivo", salientou o
presidente da câmara de Alijó.
DURANTE ANOS "O
PINHÃO NÃO TEVE A ATENÇÃO QUE DEVIA E OS PROBLEMAS FORAM-SE AGUDIZANDO"
A presidente da Junta de Freguesia do Pinhão, Sandra
Moutinho, também considera que a intervenção na principal artéria da vila é
"urgente e prioritária", mas a autarca lamentou que o projeto esteja
a "demorar demasiado tempo a avançar".
Para além dos problemas nas infraestruturas básicas, a responsável elencou
ainda os "passeios estreitos e esburacados" e os fios nas fachadas
das casas, que gostava de ver enterrados.
"Fazendo essa renovação da rua António Manuel Saraiva
as pessoas já viam o Pinhão organizado", frisou.
Sandra Moutinho salientou que o seu executivo tem batalhado pelas obras, tem
efetuado reuniões com várias entidades e frisou que este projeto não é da vila
nem do concelho de Alijó, mas sim de toda a região duriense.
José Paredes sustenta que, durante anos, o "Pinhão não
teve a atenção que deveria" e, por isso, os "problemas foram-se
agudizando, agravando e, agora, qualquer intervenção é muito pesada e
complexa". Para este projeto é preciso ainda, frisou, ouvir e obter
pareceres de várias entidades, desde a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), a Agência Portuguesa do Ambiente
(APA), a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL)
ou a REFER.
Agência Lusa